Brasiléia completa 100 anos em 2010
Edmilson Ferreira
16-Mar-2009
Prefeitura quer festa do centenário em alto estilo, com obras que elevam a qualidade de vida e embelezam a cidade, como o Parque Ambiental
Brasília, como era chamada Brasileia, foi fundada em 3 de julho de 1910, numa região que, dizem os historiadores, eram as terras dos índios catianas e maitenecas, no Seringal Carmem, quando o Acre já era território do Brasil. A pequena vila foi crescendo, tormou forma de cidade e atualmente se prepara para comemorar os 100 anos de criação em 2010.
Brasileia completa 100 anos em 2010 e ganha parque ambiental (Foto: Sérgio Vale/Secom)
A festa do centenário, segundo pretende a prefeita Leila Galvão, será em alto estilo. Leila quer atuar para que obras que se transformarão no cartão de visitas da cidade, como o Parque Ambiental, estejam prontas naquela data. O espaço de mais de 10 hectares será construído em uma área conhecida como Igapó do Kayrala/Bacurim. Autorizada pelo governador Binho Marques, a obra tem custo de R$ 3,9 milhões e contará com escritório de administração, sombreiros, ponte de madeira, bancos de madeira, bicicletários, cerca de 20 mil metros quadrados de placas de grama, plantas arbustivas variadas, palmeiras, árvores sombreadoras, pórtico de entrada e playground.
Brasileia, segundo a história, "foi criada por homens da classe dominante da sociedade acreana da época, seringalistas e autoridades constituídas, que habitavam no Alto Acre, vinculados à exportação de borracha para Belém e Manaus. No Seringal Carmem foi escolhida uma área para instalação da Justiça do 3º Termo Judiciário da Comarca de Xapuri e do Juiz Fulgêncio de Paiva. Foi assentada à margem esquerda do rio Acre, de frente à cidade boliviana de Cobija, onde moravam a maioria dos brasileiros que a fundaram no dia 3 de julho de 1910, data em que braços de seringueiros, sob as ordens dos doutores seringalistas, derrubaram as primeiras árvores no local em que hoje está situada a cidade no formato atual".
Fundado em 3 de julho de 2010, o município foi assentado à margem esquerda do rio Acre, de frente para a cidade boliviana de Cobija (Foto: Sérgio Vale/Secom)
A Prefeitura atua de forma sistemática para incrementar o turismo, atividade que não para de crescer por conta, principalmente, do advento da Estrada do Pacífico. Brasileia é caminho natural para o Peru e faz fronteira direta com a Bolívia. Do outro lado da cidade está Cobija, capital do departamento boliviano do Pando e uma zona franca onde os turistas podem encontrar produtos a preços competitivos. Os números são animadores e mostram que o fluxo de pessoas que passam algum tempo na cidade a passeio ou a trabalho é cada vez maior. "O turismo é uma atividade que incentivamos em nosso município", disse a prefeita.
Brasília, como era chamada Brasileia, foi fundada em 3 de julho de 1910, numa região que, dizem os historiadores, eram as terras dos índios catianas e maitenecas, no Seringal Carmem, quando o Acre já era território do Brasil. A pequena vila foi crescendo, tormou forma de cidade e atualmente se prepara para comemorar os 100 anos de criação em 2010.
Brasileia completa 100 anos em 2010 e ganha parque ambiental (Foto: Sérgio Vale/Secom)
A festa do centenário, segundo pretende a prefeita Leila Galvão, será em alto estilo. Leila quer atuar para que obras que se transformarão no cartão de visitas da cidade, como o Parque Ambiental, estejam prontas naquela data. O espaço de mais de 10 hectares será construído em uma área conhecida como Igapó do Kayrala/Bacurim. Autorizada pelo governador Binho Marques, a obra tem custo de R$ 3,9 milhões e contará com escritório de administração, sombreiros, ponte de madeira, bancos de madeira, bicicletários, cerca de 20 mil metros quadrados de placas de grama, plantas arbustivas variadas, palmeiras, árvores sombreadoras, pórtico de entrada e playground.
Brasileia, segundo a história, "foi criada por homens da classe dominante da sociedade acreana da época, seringalistas e autoridades constituídas, que habitavam no Alto Acre, vinculados à exportação de borracha para Belém e Manaus. No Seringal Carmem foi escolhida uma área para instalação da Justiça do 3º Termo Judiciário da Comarca de Xapuri e do Juiz Fulgêncio de Paiva. Foi assentada à margem esquerda do rio Acre, de frente à cidade boliviana de Cobija, onde moravam a maioria dos brasileiros que a fundaram no dia 3 de julho de 1910, data em que braços de seringueiros, sob as ordens dos doutores seringalistas, derrubaram as primeiras árvores no local em que hoje está situada a cidade no formato atual".
Fundado em 3 de julho de 2010, o município foi assentado à margem esquerda do rio Acre, de frente para a cidade boliviana de Cobija (Foto: Sérgio Vale/Secom)
A Prefeitura atua de forma sistemática para incrementar o turismo, atividade que não para de crescer por conta, principalmente, do advento da Estrada do Pacífico. Brasileia é caminho natural para o Peru e faz fronteira direta com a Bolívia. Do outro lado da cidade está Cobija, capital do departamento boliviano do Pando e uma zona franca onde os turistas podem encontrar produtos a preços competitivos. Os números são animadores e mostram que o fluxo de pessoas que passam algum tempo na cidade a passeio ou a trabalho é cada vez maior. "O turismo é uma atividade que incentivamos em nosso município", disse a prefeita.
Tudo começou com um incidente que resultou na expulsão do juiz e do escrivão da comarca de Xapuri. Sem sede, a comarca foi transferida para um "jamaxi" e de lá perambulou pelos seringais do rio Acre até encontrar guarida em Cobija...Breve relato extraído de um documento da Biblioteca do IBGE:Sobre a fundação da cidade, conta-se que a idéia surgiu em conseqüência de um incidente ocorrido entre o juiz do 3.° termo judiciário da Comarca de Xapuri, sediado no seringal Nazaré, Fulgêncio de Paiva, e o arrendatário do mesmo seringal, João Pereira de Pinho.
O juiz protestou contra os alojamentos que lhe ofereceram, considerando-os indignos do judiciário. Desse desentendimento resultou a expulsão do juiz e do escrivão que não obtendo acolhimento em outros seringais dirigiram-se a Cobija, cidade fronteiriça boliviana, onde foram hospedados por patrícios ali residentes.Comarca sem sede andava em um "jamaxi"Conduzindo às costas todo o material e arquivo do juizado, os dois funcionários causaram hilaridade às pessoas que os viram atravessar as ruas da cidade boliviana. Dizia-se em satírico dito da região que a justiça do 3.° Termo andava num "jamaxi", de seringal em seringal, esmolando hospedagem.
Vários brasileiros residentes em Cobija, feridos no seu amor pátrio não puderam ficar indiferentes a esse acontecimento e reuniram-se na residência de José Cordeiro Barbosa e concordaram em conseguir uma instalação condigna e apropriada para a justiça.Organizou-se, então, uma comissão integrada por Luís Barreto Correia de Menezes, Reinaldo Melo, José Cordeiro Barbosa e Fulgêncio de Paiva, com o fim de adquirir o local para fundação de uma vila onde se construiria um prédio destinado à instalação desejada.
Finalmente, apesar de não encontrarem a mínima boa vontade por parte dos proprietários dos seringais, escolheram uma faixa de terra do seringal Carmem, defronte de Cobija, à margem esquerda do rio Acre.A idéia foi propalada entre os brasileiros que mourejavam às margens do rio, acima de Cobija e nesta residentes, apelando para o concurso pessoal e financeiro de cada um. Ultimados os preparativos no domingo de 3 de julho de 1910, às 7 horas, cerca de 100 pessoas, entre homens e mulheres, deram início à derrubada da mata sob ardoroso entusiasmo.Às 17 horas foram suspensos e dados por concluídos os trabalhos, constatando-se o desflorestamento de um hectare de área. Após o trabalho de derrubada e limpeza do terreno, tendo a comissão arrecadado a importância de vinte e dois contos de réis, teve início a construção de um amplo prédio, que se chamaria "Palácio da Justiça". Neste local surgiria Brasília, popularmente Brasília e atual Brasiléia.Decorridos seis meses, quando as obras já se encontravam em acabamento, aparece, inopinadamente, o gerente do seringal Carmem, João Gomes Teixeira, à frente da marinhagem do navio "Braga Sobrinho", e ataca a indefesa vila, destruindo totalmente o prédio. Em conseqüência, instalouse rigoroso inquérito, ficando a firma insurgente obrigada a doar a área em questão.
Em 30 de maio de 1911, foi realizada a doação, por escritura pública, em Rio Branco. Nesse mesmo ano, por determinação do Prefeito do Departamento do Alto Acre, Deocleciano Coelho de Souza, verificou-se o levantamento da planta-projeto da novel vila e, no ano seguinte, foram nomeadas as primeiras autoridades.Fonte: biblioteca do IBGE, Monografia 334, 1966 Publicado por Evandro Ferreira