segunda-feira, 17 de junho de 2013

15/6/2013 às 00h17 (Atualizado em 15/6/2013 às 10h16)

SP: aumento de R$ 0,20 na passagem foi só a "gota-d'água" para protestos, avaliam especialistas 

Manifestações revelam insatisfações da população em relação a diversos problemas sociais
Ana Ignacio, do R7
Desde o início do mês de junho, protestos contra o aumento da tarifa do transporte público em São Paulo passaram a tomar importantes ruas da capital paulista. Indignadas com o acréscimo de R$ 0,20 ao preço da passagem de ônibus e metrô, milhares de pessoas se organizaram pela internet e ocuparam a cidade. Dessa vez, de forma real. No entanto, além dos centavos de aumento — que, como indicam especialistas fazem muita diferença para a grande maioria da população — outras insatisfações da sociedade vêm à tona.
Para Lúcio Flávio Rodrigues e Almeida, coordenador do núcleo de estudos de ideologia e lutas sociais da PUC-SP, a questão das passagens é apenas uma parte de algo maior.
— As pessoas estão falando de problemas que estão se acumulando durante muito tempo. A questão das passagens é uma parte de uma questão muito mais ampla que abrange o urbanismo e o modo de vida urbana no Brasil, a começar pelo transporte público. Digamos que há um vandalismo sócio-político muito grande que governa a cidade e o País há cerca de mais de meio século.
Renato Sérgio de Lima, sociólogo e dirigente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, também diz acreditar que a nova tarifa não é o único problema.
— A manifestação, na prática, revela uma insatisfação difusa de cada vez mais parcelas da população. A gota-d’água foi os R$ 0,20, mas temos muitas outras desigualdades e problemas que a população enfrenta no dia a dia e não foram resolvidas ainda. A tarifa é a gota-d’água de processos de insatisfação muito mais amplos e difusos.
Além disso, os estudiosos acreditam que os brasileiros foram impulsionados a ir para as ruas por causa da “nova onda” de manifestações populares globais que têm ocorrido nos últimos anos no mundo árabe, Europa e América Latina. Humberto Dantas, cientista político do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), avalia que os protestos ocorridos em outros países é um dos motivos para que haja esse “estouro” nas manifestações contra o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo.
— Em primeiro lugar, podemos estar sendo influenciados por outras manifestações e movimentos mundo afora. Segundo, é que parece existir uma distância grande entre um discurso otimista e colorido do governo, principalmente do governo federal, dizendo que está tudo bem e as pessoas estão ligando os pontos e vendo que nesse instante o governo tem dificuldade de fazer que as coisas aconteçam. E a última questão é que existe um histórico no que diz respeito a cidade de São Paulo de organização em torno desse movimento de “catraca livre”.
Democracia em xeque
Apesar de afirmarem que as manifestações são positivas e importantes para a sociedade, os especialistas concordam, sem generalizações, que houve abuso de ambas as partes durante os protestos. Os atos em São Paulo foram marcados por diversos confrontos, detenções e pessoas feridas. Para Dantas, a ação da Polícia Militar tem sido equivocada.
— Você não tem um aparato repressor preparado para lidar com esse tipo de manifestação da sociedade. Polícia Militar, seja de qual Estado for, definitivamente não esta preparada para lidar com questões relacionadas a esse semblante da democracia.
Dessa forma, com a forte repressão contra os manifestantes, a sociedade acaba ficando separada.
— A gente vai ter pessoas de cunho mais conservador achando um grande absurdo isso tudo que está acontecendo, achando que é bizarro de manifestar, e vamos ter gente achando bizarro reprimir. A gente vai segregar a sociedade em dois grandes grupos e esses grupos não vão se reconhecer e a gente vai ter a democracia se fragilizando.
Almeida também explica que, dependendo do resultado das manifestações, a democracia no Brasil pode sofrer.
— Se nada acontecer, o perigo de uma decepção tomar conta das pessoas é muito grande e muita gente pode se desencantar da política. Desencantar-se da política pode levar a saídas muito perigosas como apoiar, por exemplo, regimes autoritários e passar a achar que democrática não serve para nada.
Sem partido
Outra característica levantada pelos estudiosos em relação aos atos ocorridos em São Paulo é a ausência de um caráter partidário à manifestação. Para Lima, está claro que a bandeira dos atos é outra.
— Na verdade a questão partidária está longe de ser a pauta. Esse movimento é social, não é partidário. O que está em jogo hoje é mobilidade urbana, como a população ocupa a cidade, como exerce seu direito de ir e vir.
Dantas concorda.
— A sociedade paulistana opta por uma ruptura no poder e, mesmo com essa ruptura, houve aumento de tarifa. Mesmo com a mudança no poder o movimento contra a prefeitura em relação ao aumento da tarifa do ônibus é mantido e isso descaracteriza a ideia de que é um movimento partidarizado. Há algo que indica que esse movimento transcende a lógica partidária.

17/06/2013 - 19h12 Protesto em Curitiba contra aumento da tarifa reúne 5.000 pessoas

Cerca de 5.000 pessoas, segundo a PM (Polícia Militar), participam de mais um protesto contra o aumento da tarifa de ônibus em Curitiba, iniciado por volta das 18h, no centro da cidade.
A praça Rui Barbosa e ruas próximas estão lotadas. Manifestantes falam na participação de 20 a 30 mil pessoas.
Pelo menos até às 19h, a manifestação seguia pacífica. Ruas foram fechadas para o tráfego pelos participantes, que devem caminhar até a sede da prefeitura, num percurso definido na hora.
A Guarda Municipal e a Polícia Militar acompanham a movimentação à distância.
Em março, a passagem de ônibus em Curitiba subiu cerca de 10%, para R$ 2,85.
A manifestação de hoje reivindica a redução da tarifa para R$ 2,60 (preço anterior) e defende o passe livre para estudantes e a criação de uma empresa pública para gerir o transporte na cidade.
"O transporte é um direito e não deve ser tratado como mercadoria", afirma um manifesto entregue hoje nas ruas, assinado pela Frente de Luta pelo Transporte de Curitiba, que congrega várias organizações e coletivos.
Franklin de Freitas/Folhapress
Manifestantes percorrem ruas do centro de Curitiba durante protesto
Manifestantes percorrem ruas do centro de Curitiba durante protesto
A prefeitura diz ser favorável à manifestação e fez uma reunião na tarde de hoje com representantes do grupo para pedir pela "segurança" da população e dos participantes do evento.
O prefeito Gustavo Fruet (PDT) ainda não comentou as recentes manifestações, mas, em notas oficiais, a gestão já afirmou que "a redução de impostos diminui a despesa mensal para cobrir o rombo, mas não permite redução de tarifa."
Segundo a nota, "a atitude da prefeitura é de responsabilidade, para retomar os investimentos, a qualidade e evitar que o transporte coletivo de Curitiba volte a quebrar"

Bruno Gagliasso veste a bandeira do Brasil e protesta no Centro do Rio Leia mais: http://extra.globo.com/famosos/bruno-gagliasso-veste-bandeira-do-brasil-protesta-no-centro-do-rio-

Misturado no meio da multidão, o ator Bruno Gagliasso também foi para as ruas do Centro do Rio para protestar contra os últimos atos do governo, que chegou ao estopim após o aumento no preço das passagens de ônibus. O ator vestiu uma bandeira do Brasil nas costas e gritou palavras de ordem ao lado de amigos. Raoni Carneiro e Fernanda Rodrigues também acompanharam o protesto.
Bruno Gagliasso levanta a bandeira do Brasil
Bruno Gagliasso levanta a bandeira do Brasil Foto: Xande Nolasco
Fernanda Rodrigues ao lado do marido, Raoni Carneiro, na manisfestação
Fernanda Rodrigues ao lado do marido, Raoni Carneiro, na manisfestação Foto: Waldney Souza
Em outros pontos da cidade, Leandra Leal e Chandelly Braz, além de Thaila Ayala, também protestaram. Bernardo Mendes, ator que ficou conhecido com o seu personagem Bodão, em “Malhação”, também juntou-se ao time dos famosos de cara pintada e ajudou a puxar o protesto.
Chandelly Braz e Leandra Leal apoiam o movimento
Chandelly Braz e Leandra Leal apoiam o movimento Foto: Marcio Honorato/ Honopix
Leandra Leal com uma amiga na manifestação
Leandra Leal com uma amiga na manifestação Foto: Marcio Honorato/ Honopix
As manifestações tomaram conta do Brasil nesta segunda-feira e se espalhou por Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.
Bruno Gagliasso ao lado de um manifestante que diz: 'Saímos do Facebook' pra mudar o país
Bruno Gagliasso ao lado de um manifestante que diz: 'Saímos do Facebook' pra mudar o país Foto: Xande Nolasco



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Novos protestos no Brasil ganham destaque na imprensa internacional Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/mundo/novos-protestos-no-brasil-ganham-destaque-na-imprensa-internacional

Os protestos realizados nesta segunda-feira em várias cidades brasileiras - como Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte - já estampam os principais sites de notícia internacionais. No final da tarde, milhares de manifestantes foram às ruas após uma onda de protestos, iniciados em janeiro deste ano devido ao aumento no preço da passagem do transporte público, ganhar destaque na imprensa e na internet, principal canal de mobilização das manifestações.
O "The New York Times" chamou a atenção para o número de manifestantes nos protetos. De acordo com a reportagem publicada na versão online do jornal, "uma exibição notável de força para uma agitação que começou com pequenos protestos contra o aumento dos ônibus de tarifa, em seguida, evoluiu para um movimento mais amplo por parte de grupos e indivíduos irado sobre uma série de questões".


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Revolta do vinagre

Com humor, a "Revolta do vinagre" é descrita como a série de passeatas contra o aumento da passagem de ônibus e metrô em São Paulo, de R$ 3 para R$ 3,20.
Segundo a descrição do termo, "o nome popular 'Revolta da Salada' é devido à 'suposta' proibição do uso de vinagre no protesto". O produto costuma ser usado pelos frequentadores assíduos de manifestações pela sua qualidade química de abrandar efeitos do gás lacrimogêneo, outra presença garantida nos protestos que terminam em choque com a polícia.
Na economia, o vinagre também foi vilão em maio, subindo quase nove vezes acima da inflação, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas da USP (Fipe). O vinagre subiu 0,86% em maio, enquanto a inflação média dos produtos pesquisados ficou em 0,10%.

Estudantes e representantes de movimentos sociais vão a sede da Polícia apoiar Jorge Neto

Estudantes e representantes de movimentos sociais vão a sede da Polícia apoiar Jorge Neto

17 de junho de 2013 - 1:22:18
Gleydison Meireles – da redação de ac24horas
ggreyck@gmail.com
JorgnetoNa manhã desta segunda-feira (17) estudantes e representantes de movimentos sociais estiveram na sede da Secretaria da Polícia Civil (SEPC), para prestar apoio a Jorge Neto, estudante e integrante do Movimento Hip Hop, que foi intimado a comparecer a Delegacia Itinerante sob a acusação de ameaça.
Jorge Neto foi acusado de ameaça por Sebastião Viana, após postar, na última quarta-feira (13), na fan pager do governador, no Facebook, um trecho do rap “Discurso ou Revolver” do Grupo Facção Central: “só jogamos ovo por isso nada mudou, quem sabe o Presidente na mira do atirador…”.
Neto falou que os movimentos sociais e estudantil, contrários ao Governo, vem sofrendo repressão, o representante do Movimento Hip Hop  foi multado por fiscais da Secretaria de Meio Ambiente por causa do som que usou durante uma manifestação de seu grupo na semana passada, no Calçadão da Gameleira, centro histórico de Rio Branco.
“Nosso protesto não é contra políticos, mas sim contra o sistema, contra a atual política que o Acre e o Brasil estão passando, o país vive uma inconstância política e quem está no Poder vai usar todos os meios para se manter nele, agora que quer ficar no poder tem que aceitar as críticas”, disse Jorge Neto.
No próximo sábado (22), movimentos sociais como Diversidade Coletiva, Movimento Hip Hop e Dia do Basta estão preparando um ato público contra a corrupção, que acontecerá às 16h30, em frente ao Palácio Rio Branco.



Protestos

protestos acabaram vítimas da violência. 
Terra

Manifestantes são aplaudidos por torcedores na saída do Maracanã


  atualizado em 16 de Junho de 2013 às 21h18


Manifestantes são aplaudidos por torcedores na saída do Maracanã



Manifestantes gritam palavras de ordem antes de jogo entre Itália e México, neste domingo Foto: Reuters

Manifestantes fizeram cordão humano nas proximidades da estação 

de metrô do estádio para chamar atenção do público para suas reivindicações"Da Copa eu abro mão, quero dinheiro para saúde e educação!". O canto de ordem, entoado por manifestantes nas proximidades do Estádio Maracanã, na região central do Rio de Janeiro, ganhou importante apoio depois da partida entreItália e México, no final da tarde deste domingo: o dos torcedores que estiveram no local.

"Fiquei até envergonhado de ter ido assistir ao jogo", comentou o bancário Luiz Renato Fonseca, um dos muitos presentes no duelo que aplaudiram a causa do movimento de manifestantes, realizado em frente ao estádio. "Apoio com certeza qualquer tipo de manifestação contra os estádios superfaturados e os abusos com dinheiro publico."
Para chamar a atenção do público para o protesto, os manifestantes fizeram um cordão humano próximo a entrada da estação São Cristovão do metrô, que fica perto do estádio. Enquanto caminhavam em meio a eles, grande parte dos torcedores os acompanhava nas palavras de ordem por melhoras no Brasil e os aplaudia com vontade. O gesto recebeu retorno dos manifestantes, segurando placas com dizeres como "fora, Dilma" e "fora, Cabral", que elogiaram o gesto com aplausos.
"No começo fiquei assustado pela quantidade de policiais, mas depois que vi que era uma manifestação pacífica, comecei a aplaudir e apoiar", disse o mexicano Rafael Hernández, que prestigiou a seleção do país no Maracanã ao lado de três amigos. "Gostaria que no México ocorressem coisas desse tipo." 
Polcia atira contra manifestantes no Rio de JaneiroClique no link para iniciar o vídeo
Polcia atira contra manifestantes no Rio de Janeiro
O protesto se dissipou por volta das 18h30, horário em que cerca de 20 manifestantes continuavam nas proximidades do metrô. O término foi pacífico, com homens da Força Nacional controlando as movimentações - bem distante do observado horas antes, quando a Tropa de Choque da Polícia Militar agiu com violência, demonstrando total despreparo em lidar com multidões e críticas da população.
Pouco antes do início da partida, na tentativa de evitar que manifestantes se aproximassem do Maracanã, a PM avançou para cima dos críticos distribuindo pancadaria com cassetetes, tiros de balas de borracha e gás lacrimogêneo. Mesmo aqueles que não tinham nada a ver com os protestos acabaram vítimas da violência. 

Manifestantes gritam palavras de ordem antes de jogo entre Itália e México, neste domingo
Foto: Reuters
https://www.youtube.com/watch?v=jp-kq8vbGyE

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