Chico Mendes e o começo de uma nova luta
Chico Mendes no seringal Santa Fé, colocação Morada Nova. 1985. Acervo: Fundação Chico Mendes. Acervo Digital: Memorial dos Autonomistas. Cortesia: Departamento de Patrimônio Histórico da Fundação Elias Mansour.
Nos últimos 30 anos, o Acre se transformara num eldorado de grileiros, jagunços, marreteiros e empresários. Eles invadem e devastam as terras de índios, seringueiros, ribeirinhos e colonos em nome de um novo tipo incompreensível de progresso. A floresta, outrora fonte de riqueza, agora é desmatada para a criação extensiva de gado de corte. Famílias que trabalham nos seringais migram para as cidades. Formam-se, assim, os primeiros bairros populares do Acre, onde a miséria e a doença têm campo fértil para se espalhar.As populações tradicionais da floresta precisam desenvolver estratégias de resistência e, em 1975, começam a se organizar. Chico Mendes, filho de seringueiro, funda o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia. A partir do ano seguinte, como diretor da entidade, Chico começa a participar ativamente dos “empates”, resistência pacífica em que homens, mulheres e crianças se colocam à frente de tratores e motosserras para impedir a derrubada da mata e preservar seus modos de vida. Em 1979, Chico Mendes assume a presidência da Câmara por alguns meses, transformando-a num foro de debates entre lideranças sindicais e religiosas. Sob acusação de subversão, Chico sofre duros interrogatórios. Em outubro, sob tanta pressão, ele renuncia. O seringueiro chega a ser torturado secretamente em dezembro. Mas não desiste: Chico Mendes segue sua luta ao lado dos seringueiros nos empates.
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