sábado, 13 de junho de 2009

Brasiléia completa 100 anos em 2010

Brasiléia completa 100 anos em 2010

Edmilson Ferreira
16-Mar-2009
Prefeitura quer festa do centenário em alto estilo, com obras que elevam a qualidade de vida e embelezam a cidade, como o Parque Ambiental
Brasília, como era chamada Brasileia, foi fundada em 3 de julho de 1910, numa região que, dizem os historiadores, eram as terras dos índios catianas e maitenecas, no Seringal Carmem, quando o Acre já era território do Brasil. A pequena vila foi crescendo, tormou forma de cidade e atualmente se prepara para comemorar os 100 anos de criação em 2010.

Brasileia completa 100 anos em 2010 e ganha parque ambiental (Foto: Sérgio Vale/Secom)
A festa do centenário, segundo pretende a prefeita Leila Galvão, será em alto estilo. Leila quer atuar para que obras que se transformarão no cartão de visitas da cidade, como o Parque Ambiental, estejam prontas naquela data. O espaço de mais de 10 hectares será construído em uma área conhecida como Igapó do Kayrala/Bacurim. Autorizada pelo governador Binho Marques, a obra tem custo de R$ 3,9 milhões e contará com escritório de administração, sombreiros, ponte de madeira, bancos de madeira, bicicletários, cerca de 20 mil metros quadrados de placas de grama, plantas arbustivas variadas, palmeiras, árvores sombreadoras, pórtico de entrada e playground.
Brasileia, segundo a história, "foi criada por homens da classe dominante da sociedade acreana da época, seringalistas e autoridades constituídas, que habitavam no Alto Acre, vinculados à exportação de borracha para Belém e Manaus. No Seringal Carmem foi escolhida uma área para instalação da Justiça do 3º Termo Judiciário da Comarca de Xapuri e do Juiz Fulgêncio de Paiva. Foi assentada à margem esquerda do rio Acre, de frente à cidade boliviana de Cobija, onde moravam a maioria dos brasileiros que a fundaram no dia 3 de julho de 1910, data em que braços de seringueiros, sob as ordens dos doutores seringalistas, derrubaram as primeiras árvores no local em que hoje está situada a cidade no formato atual".

Fundado em 3 de julho de 2010, o município foi assentado à margem esquerda do rio Acre, de frente para a cidade boliviana de Cobija (Foto: Sérgio Vale/Secom)
A Prefeitura atua de forma sistemática para incrementar o turismo, atividade que não para de crescer por conta, principalmente, do advento da Estrada do Pacífico. Brasileia é caminho natural para o Peru e faz fronteira direta com a Bolívia. Do outro lado da cidade está Cobija, capital do departamento boliviano do Pando e uma zona franca onde os turistas podem encontrar produtos a preços competitivos. Os números são animadores e mostram que o fluxo de pessoas que passam algum tempo na cidade a passeio ou a trabalho é cada vez maior. "O turismo é uma atividade que incentivamos em nosso município", disse a prefeita.
A FUNDAÇÃO DE BRASILÉIA, ACRE
Tudo começou com um incidente que resultou na expulsão do juiz e do escrivão da comarca de Xapuri. Sem sede, a comarca foi transferida para um "jamaxi" e de lá perambulou pelos seringais do rio Acre até encontrar guarida em Cobija...Breve relato extraído de um documento da Biblioteca do IBGE:Sobre a fundação da cidade, conta-se que a idéia surgiu em conseqüência de um incidente ocorrido entre o juiz do 3.° termo judiciário da Comarca de Xapuri, sediado no seringal Nazaré, Fulgêncio de Paiva, e o arrendatário do mesmo seringal, João Pereira de Pinho.
O juiz protestou contra os alojamentos que lhe ofereceram, considerando-os indignos do judiciário. Desse desentendimento resultou a expulsão do juiz e do escrivão que não obtendo acolhimento em outros seringais dirigiram-se a Cobija, cidade fronteiriça boliviana, onde foram hospedados por patrícios ali residentes.Comarca sem sede andava em um "jamaxi"Conduzindo às costas todo o material e arquivo do juizado, os dois funcionários causaram hilaridade às pessoas que os viram atravessar as ruas da cidade boliviana. Dizia-se em satírico dito da região que a justiça do 3.° Termo andava num "jamaxi", de seringal em seringal, esmolando hospedagem.
Vários brasileiros residentes em Cobija, feridos no seu amor pátrio não puderam ficar indiferentes a esse acontecimento e reuniram-se na residência de José Cordeiro Barbosa e concordaram em conseguir uma instalação condigna e apropriada para a justiça.Organizou-se, então, uma comissão integrada por Luís Barreto Correia de Menezes, Reinaldo Melo, José Cordeiro Barbosa e Fulgêncio de Paiva, com o fim de adquirir o local para fundação de uma vila onde se construiria um prédio destinado à instalação desejada.
Finalmente, apesar de não encontrarem a mínima boa vontade por parte dos proprietários dos seringais, escolheram uma faixa de terra do seringal Carmem, defronte de Cobija, à margem esquerda do rio Acre.A idéia foi propalada entre os brasileiros que mourejavam às margens do rio, acima de Cobija e nesta residentes, apelando para o concurso pessoal e financeiro de cada um. Ultimados os preparativos no domingo de 3 de julho de 1910, às 7 horas, cerca de 100 pessoas, entre homens e mulheres, deram início à derrubada da mata sob ardoroso entusiasmo.Às 17 horas foram suspensos e dados por concluídos os trabalhos, constatando-se o desflorestamento de um hectare de área. Após o trabalho de derrubada e limpeza do terreno, tendo a comissão arrecadado a importância de vinte e dois contos de réis, teve início a construção de um amplo prédio, que se chamaria "Palácio da Justiça". Neste local surgiria Brasília, popularmente Brasília e atual Brasiléia.Decorridos seis meses, quando as obras já se encontravam em acabamento, aparece, inopinadamente, o gerente do seringal Carmem, João Gomes Teixeira, à frente da marinhagem do navio "Braga Sobrinho", e ataca a indefesa vila, destruindo totalmente o prédio. Em conseqüência, instalouse rigoroso inquérito, ficando a firma insurgente obrigada a doar a área em questão.
Em 30 de maio de 1911, foi realizada a doação, por escritura pública, em Rio Branco. Nesse mesmo ano, por determinação do Prefeito do Departamento do Alto Acre, Deocleciano Coelho de Souza, verificou-se o levantamento da planta-projeto da novel vila e, no ano seguinte, foram nomeadas as primeiras autoridades.Fonte: biblioteca do IBGE, Monografia 334, 1966 Publicado por Evandro Ferreira

Lista de governadores do Acre

Estado Independente do Acre
Nome
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_governadores_do_Acre


início do mandato
fim do mandato
Luis Gálvez Rodríguez de Arias
14 de julho de 1899
1 de janeiro de 1900
Antônio de Sousa Braga
1 de janeiro de 1900
30 de janeiro de 1900
Luis Gálvez Rodríguez de Arias
30 de janeiro de 1900
15 de março de 1900
Joaquim Vítor da Silva
15 de março de 1900
25 de abril de 1900
reincorporção à
Bolívia
25 de abril de 1900
7 de agosto de 1902
José Plácido de Castro
7 de agosto de 1902
25 de fevereiro de 1904

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Território Federal do Acre

Até 1921 o território estava dividido em quatro departamentos (Alto Acre, Alto Purus, Alto Juruá e Alto Tarauaca) que eram chefiados por prefeitos nomeados pela presidência da República. Somente a partir de 1921 é que o território passa a ter um governo centralizado, com mandatário também nomeados pelo governo da União.

Nome
início do mandato
fim do mandato
1
Epaminondas Jácome
1 de janeiro de 1921
22 de junho de 1922
2
José da Cunha Vasconcelos
17 de fevereiro de 1923
19 de maio de 1926
3
Alberto Augusto O. Diniz
26 de maio de 1926
16 de dezembro de 1926
4
Hugo Ribeiro Carneiro
15 de junho de 1927
3 de dezembro de 1930
5
Francisco de Paula Assis Vasconcelos
8 de dezembro de 1930
20 de setembro de 1934
6
José Maria Brandão Castelo Branco Sobrinho
21 de setembro de 1934
10 de fevereiro de 1935
7
Manuel Martiniano Prado
14 de abril de 1935
10 de fevereiro de 1937
8
Epaminondas de Oliveira Martins
15 de março de 1937
30 de agosto de 1941
9
Oscar Passos
30 de agosto de 1941
22 de agosto de 1942
10
Luís Silvestre Gomes Coelho
25 de outubro de 1942
22 de fevereiro de 1950
11
José Guiomard dos Santos
22 de fevereiro de 1950
30 de junho de 1950
12
Raimundo Pinheiro Filho
1 de julho de 1950
30 de janeiro de 1951
13
João Rubitschel de Figueiredo
30 de janeiro de 1951
21 de maio de 1951
14
Amílcar Dutra de Menezes
21 de maio de 1951
2 de janeiro de 1952
15
Abel Pinheiro Maciel Filho
21 de maio de 1953
10 de agosto de 1954
16
Francisco d'Oliveira Conde
10 de setembro de 1954
2 de março de 1955
17
Paulo Francisco Torres
2 de março de 1955
4 de abril de 1956
18
Valério Caldas de Magalhães
4 de abril de 1956
10 de novembro de 1958
19
Manuel Fontenele de Castro
10 de novembro de 1958
18 de março de 1961
20
José Altino Machado
18 de março de 1961
4 de setembro de 1961
21
Osvaldo Pinheiro de Lima
4 de setembro de 1961
29 de outubro de 1961
22
José Rui da Silveira Lino
29 de outubro de 1961
4 de junho de 1962

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Governo do Estado do Acre

Nome
início do mandato
fim do mandato
1
Aníbal Miranda Ferreira da Silva
15 de junho de 1962
1 de março de 1963
2
José Augusto de Araújo
1 de março de 1963
25 de março de 1963
3
Edgard Pereira de Cerqueira Filho
25 de março de 1963
12 de setembro de 1966
4
Jorge Kalume
19 de setembro de 1966
15 de março de 1971
5
Francisco Wanderley Dantas
15 de março de 1971
15 de março de 1975
6
Geraldo Gurgel de Mesquita
15 de março de 1975
15 de março de 1979
7
Joaquim Falcão Macedo
15 de março de 1979
15 de março de 1983
8
Nabor Teles da Rocha Júnior
15 de março de 1983
14 de maio de 1986
9
Iolanda Lima Fleming
15 de maio de 1986
15 de março de 1987
10
Flaviano Flávio Baptista de Melo
15 de março de 1987
de março de 1989
11
Édison Simão Cadaxo
2 de março de 1989
15 de março de 1991
12
Edmundo Pinto de Almeida Neto
15 de março de 1991
17 de maio de 1992
13
Romildo Magalhães da Silva
17 de maio de 1992
1 de janeiro de 1995
14
Orleir Messias Cameli
1 de janeiro de 1995
1 de janeiro de 1999
15
Jorge Viana
1 de janeiro de 1999
1 de janeiro de 2007
16
Binho Marques
1 de janeiro de 2007
atualidade
referencia bibliografica
http://www.historiadoacre.globolog.com.br/archive_2007_02_23_24.html?postId=269384

2007 Fatos do presente e preocupação com o futuro



Floresta amazônica incendiando. Acervo: Depto. de Patrimônio Histórico – FEM. Acervo Digital: Memorial dos Autonomistas.
Os ideais de consciência ecológica, ética e desenvolvimento com preservação ainda esbarram muitas vezes nas heranças dessa história tão conflituosa. De acordo com estatísticas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, a taxa de desmatamento de toda a Amazônia, a partir de 2001, é de cerca de 20 mil km2 por ano. A área alterada do Acre é de aproximadamente 10% de sua superfície.Tailândia e Indonésia são atualmente os maiores produtores de borracha, respondendo por 27% e 29% do total mundial, respectivamente. Já o Brasil, que um dia foi o único grande produtor dessa matéria-prima, hoje responde por apenas 1% da produção mundial. O país não consegue sequer suprir as necessidades de seu mercado interno, tendo de recorrer a importações. Cada vez mais, intensifica-se a busca por soluções que conjuguem preservação da Amazônia, exploração inteligente de seus recursos naturais e sustentação dos povos tradicionais da floresta. Um modelo que tem dado certo é o das reservas extrativistas. O desenvolvimento sustentável promovido nessas áreas protegidas se consolida como um forte exemplo de que os ideais de Chico Mendes continuam de pé.

2005 Novas leis ambientais



Novas leis ambientais




Década de 1990. Foto de J. Diaz. Acervo: Depto. de Patrimônio Histórico – FEM.


Com a criação da Lei Florestal, da Lei de Concessões Florestais e da Lei de Incentivo às Indústrias, as atividades econômicas passam a ter regras que, ao menos no papel, atendem à realidade acreana. Tais ações estão associadas a mudanças profundas na educação e nas políticas de inclusão social. A senadora Marina Silva, antiga companheira de luta de Chico Mendes, é nomeada ministra do Meio Ambiente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

1997 Ecos da luta de Chico Mendes



Ecos da luta de Chico Mendes


João Monteiro defumando borracha. Xapuri-AC. Acervo: Patrimônio Histórico e Cultural – FEM. Acervo Digital: Memorial dos Autonomistas.
Depois da formação da Aliança dos Povos da Floresta em 1989, o movimento dos seringueiros dá continuidade aos ideais de Chico Mendes e consegue uma grande vitória: são criadas as três primeiras reservas extrativistas, que se tornam um modelo de reforma agrária a ser aplicado para os povos da floresta.A repercussão do assassinato de Chico Mendes diminui o ritmo do desmatamento da Amazônia, mas não o interrompe. Um consolo é que, nos anos seguintes, a política acreana de desenvolvimento sustentável passa a valorizar as populações tradicionais e a considerar a floresta como a principal riqueza de seu povo. Aos poucos, temas como biodiversidade, manejo de uso múltiplo e união dos povos indígenas passam a fazer parte da agenda de governo.

1988/1990 Chico Mendes é assassinado



Chico Mendes é assassinado




Dezembro de 1988. Xapuri-AC. Acervo: Comissão Pastoral da Terra. Acervo Digital: Memorial dos Autonomistas. Cortesia: Departamento de Patrimônio Histórico da Fundação Elias Mansour.
Em 22 de dezembro, depois de percorrer várias regiões do Brasil, participando de seminários, palestras e congressos, Chico Mendes é assassinado no quintal de sua casa, deixando mulher e três filhos. A comoção mundial decorrente de sua morte cria uma enorme pressão sobre os organismos financeiros internacionais, que se vêem obrigados a repensar os investimentos na Amazônia e, especialmente, no Acre. A imprensa estrangeira noticia o crime e suas conseqüências com ampla cobertura. A opinião pública brasileira só se interessa pelo assunto depois.

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